Parkinson e uma história de superação

Essa é uma história de superação. Rosemar Lemes da Rocha, 60 anos, nada, corre, joga futebol. Todos os dias. Ele ainda trabalha, curte os netos e ajuda a esposa com os cuidados da casa. Rosemar tem Parkinson. Sim, muitos parkinsonianos conseguem viver com qualidade, prazer e leveza. Inspire-se!

‘Há três anos, percebi que alguma coisa estava acontecendo, principalmente do lado esquerdo do corpo. Passei a ter dificuldade para lavar o cabelo, abotoar uma camisa e assinar documentos. Também notei dor nas articulações e nos músculos, salivação excessiva, tremores em uma mão e certa rigidez na perna. Muito difícil! Procurei um neurologista ao notar sinais e, rapidamente, recebi o diagnóstico. Fiquei péssimo, muito para baixo. Por um tempo, só queria ficar em casa, isolado. Estava sempre nervoso com minha família, comigo mesmo.

  • Demorei um ano para retomar minha vida, para me aproximar dos outros. Além da medicação, acredito que a atividade física foi o que mais me colocou para frente, me ajudou na superação. Comecei aos poucos e, hoje, tenho a agenda cheia. Pratico corrida, natação e futebol.

E não sou atleta de fim de semana, não! Todos os dias depois do trabalho, faço um exercício ou um esporte. Uma vez por ano, participo de uma romaria de 240 quilômetros. Nesses últimos dois anos, consegui percorrer o trajeto todo em quatro dias, ou seja, uma média de 60 quilômetros por dia. Em outubro, realizarei um grande sonho: vou fazer o caminho de Santiago de Compostela, um percurso de 800 quilômetros.

Percebi que tudo isso só depende de mim e o que mais me motiva é saber que estou pronto para encarar mais um dia. A verdade é que travei uma luta contra o Parkinson e decidi jamais entregar os pontos. E é isso o que tenho a dizer às pessoas que receberem o diagnóstico da doença de Parkinson: não se entregue! Tome os remédios, pratique exercícios e não tenha vergonha de se abrir com amigos e familiares. Se você lutar, garanto, é possível viver bem com Parkinson.